Três Passos Para Uma Boa Velhice

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Introdução:
A velhice, maioria das vezes, coloca-nos a pensar em coisas e situações bastante constrangedores. Num estudo realizado nos USA, um quinto da população sofre de um problema: Gerontofobia. Já ouviu falar? Não! Então continue lendo, seguindo a análise de algumas palavras:


Gerontofobia - Medo de envelhecer de ficar velho; medo dos velhos.
Geronte - Pessoa de idade avançada.

Na Grécia Antiga, especialmente em Esparta, Geronte era o senado ou conselho de anciãos, composto por 28 gerontes e 2 reis. A gerúsia era o mais alto tribunal das cidades da Grécia Antiga.

A gerontofobia traz ideias como: "os velhos são improdutivos e são um peso para a sociedade."
Muitas destas pessoas ao sofrerem deste problemas recusam-se a lidar com os idosos, com os velhos. Enquanto se associa a juventude à saúde, à beleza e à força, associa-se à velhice à decadência, à doença e à debilidade.

Não é difícil associar velhice à morte. Dificilmente associamos a morte ao jovem, porque isto de alguma maneira é contra-natura.
Um provérbio popular afirma quanto à certeza da morte: “Quem não vai de novo, não escapa de velho”

Esse provérbio ensina duas coisas acerca de uma verdade:
1º- Todos morrem
2º- Pode morrer novo ou pode morrer velho, mas morre-se

Ou seja, a velhice é uma realidade para quem não morre novo. Apesar de todas as pessoas saberem isso, poucos se preparam para a velhice. Esse preparo pode ser conseguido de longa data, como veremos. Para tudo tem que haver preparação, para que as coisas funcionem o melhor possível.
Infelizmente as pessoas preocupam-se pouco em preparar-se para esta fase da vida. Os dias vão passando e quando dão conta, a vida passou num sopro.
A palavra de Deus nos alerta a nós reflectirmos e gerirmos bem nossa mocidade, como de igual modo nossa velhice.

Alvo da mensagem:
Esta mensagem não vem com o intuito de chegar tarde demais. Deve funcionar como conselhos aos mais novos, mas também deve funcionar como incentivo para os mais velhos não desanimarem, pois há uma esperança maravilhosa, apesar dos contratempos e dos erros cometidos ao longa da vida.


NOSSA VIDA, UMA CASA
A nossa vida pode ser, e é comparada a uma casa, que aos poucos mediante os recursos e esforços vai-se construindo. Ter recursos, materiais mas não os aplicar, de nada serve. Conforme investirmos nesta construção, assim será o resultado final.
O dia mau(chuvas, ventos, tempestade, terramotos) vai trazer à luz a qualidade da nossa construção. Foi isso que Jesus ensinou no sermão do monte(Mt.7.24-27).
Podemos comparar isso ao estado evolutivo da nossa vida, não somente na área espiritual como também físico-material.
Jesus ensinou que aquele que se quer lançar num determinado projecto, deverá efectuar determinados cálculos.
"Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?"  (Lc.14.28)
Você não acredita que a nossa vida tem muito mais valor do que uma torre? Certamente que sim! Então comece a fazer as contas e a preparar-se para a construção. Calcule bem o investimento.

A biblia diz que há tempo para tudo. Por esta razão deveríamos tirar tempo afim de prepararmo-nos para a velhice.
“...há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou” Ecl.3.1,2.
Há pessoas tão ocupadas e diligentes nesta vida, mas que um dia terão que tirar tempo para morrer, não é mesmo?! Usando o texto supracitado poderíamos sem querer forçar o texto pensar no "arrancar o que se plantou", como sendo a velhice. Há pessoas que terminam mal porque começaram ou “plantaram” mal.
A vida, diz as Escrituras, e sabemos por experiência pessoal ou de outros, passa depressa. Por isso na construção e preparação da nossa vida espiritual é preciso também remir o tempo.
Jesus noutro sentido disse que chegaria a noite em que Ele não podia trabalhar(Jo.9.4). Haverá tempos em nossa vida em que já não podemos fazer mais nada do que foi feito.

Alguém disse: “O homem é um embrulho postal que a parteira despachou ao coveiro”. Jacó disse que seus dias foram poucos e maus Gn.47.9


AS TRÊS ÁREAS DE PREPARAÇÃO
Várias coisas podem estar na origem de uma má ou boa velhice. Analisaremos três, apontando para cada uma delas um exemplo bíblico. Pelo menos em alguma destas áreas poderemos estar envolvidos, senão todas.

1)UM BOM CASAMENTO  – SALOMÃO 
“Porventura não pecou nisto Salomão, rei de Israel, não havendo entre muitas nações rei semelhante a ele, e sendo ele amado de seu Deus, e pondo-o Deus rei sobre todo o Israel? E contudo as mulheres estrangeiras o fizeram pecar.” Neem.13.26
“Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o SENHOR seu Deus, como o coração de Davi, seu pai,” 1Rs.11.4

Muitos sofrem na velhice por más decisões que trouxeram do casamento. O casamento é algo que determina muitas coisas na vida de uma pessoa. A sabedoria, da qual Salomão era possuidor não serviu para ele ter um bom fim. Isso porquê? Será que ele não era realmente sábio? Era sim.
Ele arranjou tropeços ao longo da sua vida, que o acabou por destruir quando ele se foi aproximando da velhice. Para os solteiros isto deverá funcionar como um alerta.
As más conversações continuam a corromper os bons costumes(1Cor.15.33)
Portanto, se ainda está a tempo de reflectir sobre esta questão, pense muito bem quem será seu parceiro/a, pois isto, pode gerar grandes problemas em sua velhice.


2)UM BOM PAI, MÃE, UMA BOA FAMÍLIA - ELI
É verdade que há coisas as quais não temos domínio sobre elas, não temos como  as controlar, porém é importantíssimo desenvolvermos boas relações com nossa família. Os filhos destruíram a vida espiritual de Eli.
Ele não os corrigia quando era novo, quando tinha vigor, depois já velho até conformou-se com a mensagem dada por Deus a Samuel, como se isto fosse a coisa mais natural de todas.
Então Samuel lhe contou todas aquelas palavras, e nada lhe encobriu. E disse ele: Ele é o SENHOR; faça o que bem parecer aos seus olhos. (1Sm.3.18)

Eu vejo nesta afirmação não uma pessoa entristecida pelo que acabara de ouvir, mas uma pessoa conformada. É quase como ouvirmos: “Seja o que Deus quiser”. Não podemos lançar todas as nossas responsabilidades em Deus, de modo algum.
Muita da nossa vida é parte daquilo que construímos e “Seja o que Deus quiser” não se aplica. Muitos fazem tanta asneira, sofrem e depois: “Seja o que Deus quiser”.
Deus queria outra coisa, certamente, mas enquanto Ele nos advertiu pela sua Palavra, usando outro irmão, Sua Palavra, talvez nunca ou raramente escutamos. Sempre fizemos o que achávamos melhor. Colocar remendo novo em pano velho, não funciona.
O Senhor acusou Eli de ele honrar mais a família e os filhos mais do que o próprio Senhor.(1Sm.2.29).
Nesta passagem(27-36) era uma passagem de exortação, mas nem por isso as coisas mudaram na vida de Eli e seus filhos. “Eli semeou ventos, colheu tempestades”(Os.8.7)
Não devemos deixar que nossa família nos impeça de desenvolvermos e crescermos em nossa vida espiritual. Isso por vezess acontece!
Os filhos, a família algumas vezes tentam proibir determinado irmão de ir aos cultos, porém isto deverá ser vencido.
Para, pelo menos evitarmos que isto aconteça, temos que enquanto podemos, enquanto “somos senhores do nosso nariz” demonstrar com nossa vida prática que as coisas espirituais são as mais importante para nós.
O bom testemunho que damos e construímos ao longo do tempo não é fazer as vontades da nossa família em certas ocasiões e depois afirmarmos que tudo fazemos para não dar mau testemunho. Dar mau testemunho é deixar para segundo plano as coisas de Deus. Estarei errado?!
Os filhos de Samuel também não seguiram as pisadas do pai(1Sm.8.3), sendo maus filhos, contudo Samuel sempre foi fiel a Deus.
O que notamos de diferente entre Eli e Samuel é que Deus não chamou a atenção Samuel. Deduzimos daí que este foi um bom pai, no sentido do desempenho de suas responsabilidades e funções como tal.(Não podemos esquecer que cada filho não é uma extensão dos pais, mas cada um tem sua própria personalidade e carácter.)
Eli tornou-se apenas um tipo de pai espectador da vida dos filhos. Os pais não podem apenas assistir à vida que os filhos desenvolvem. Os pais como responsáveis diante de Deus devem intervir e não assistir à decadência dos filhos.
Outra lição que podemos aprender neste contraste entre Eli e Samuel como pais é que Samuel não se deixou contaminar espiritualmente pela má influência de seus filhos. Isso é algo que é muito comum acontecer.


3) UM BOM ALICERCE ESPIRITUAL - APÓSTOLO PAULO
Podemos aplicar a imagem do “dia mau”, como o tempo da nossa velhice. Salomão falou “antes que venham os maus dias e digas não tenho neles contentamento”. Ecl.12.1
Muitos irmãos com idade avançado queixam-se de já não poderem fazer isso ou aquilo, mas muitas vezes isto não passa de um peso de consciência, pois quando eram novos talvez nunca se importaram. Um mau fundamento espiritual, conseguido ao longo da vida, trará reflexos para o tempo da velhice.
Acerca dos hábitos, costumes e maneiras de ser que os jovens transportam para a velhice, o filósofo Platão disse:
“Quem é calmo e de boa natureza dificilmente sentirá o peso da idade, mas os que têm uma disposição contrária, a juventude e a velhice são igualmente um peso.”

Os jovens inactivos, críticos, amargos, nervosos, egoístas etc. no geral transferem essas características para a velhice. Não é algo absoluto mas geral.
Quando o nosso carácter não é transformado em Cristo, isso irá reflectir-se na velhice. Uma pessoa que não foi um bom cristão em novo, dificilmente será em velho.
Uma pessoa que nunca se deixou moldar pela Palavra de Deus em novo, dificilmente deixará em velho. Uma pessoa que nunca se envolveu com a obra de Deus, dificilmente o fará na velhice.
Isso acontece porque com o passar dos tempos a tendência é o enfraquecimento do nosso entendimento, logo uma menor aptidão para determinadas coisas.
Podemos ouvir: “Quem me dera chegar à reforma(aposentadoria) para fazer isto ou aquilo”. Dificilmente isto acontece.
Deus não nos rejeita no tempo da velhice porém muitas vezes rejeitamos Deus na nossa mocidade, quando tempos força, vigor e depois queremos dar a Deus os ossos ou as migalhas. Por aqui se diz: "Quem comeu a carne que roa os ossos."

O apóstolo Paulo revela que mesmo sendo de idade avançada e sentido a morte chegar, ele não se preocupou como isso, antes afirmava:
“Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” 2Tm.4.6-8.


Conclusão:
A Palavra de Deus claramente mostra que a velhice não é um problema em si, embora traga muitas limitações e problemas, mas sem dúvida que há uma esperança maravilhosa.
Esta mesma Palavra nos dá exemplos de exemplos notáveis de velhice. Creio que isto não é um reflexo de algo imediato, mas sim parte de um conjunto de decisões e de preparos enquanto ainda somos jovens e temos as nossas capacidade e faculdades a cem por cento.

Deixo um trecho bíblico para reflexão:
Os que estão plantados na casa do SENHOR florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos,ara anunciar que o SENHOR é reto. Ele é a minha rocha e nele não há injustiça. Slm.92.13-15




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